Parceria LAVITS e OPlanoB: Índia faz elo entre passado colonial e nacionalismo tecno-cultural

A Índia se tornou um grande terreno de testes para o uso da biometria no Sul Global. O sucesso da implantação do Adhaar se tornou uma referência mundial como um poderoso sistema de identificação biométrica.

O governo indiano promove uma narrativa de “nacionalismo tecno-cultural”, usando o discurso de colonização de dados para afastar players estrangeiros e promover soluções locais – como o RuPay – como um serviço nacional. Isso seria um meio de produzir um sistema de extração de dados com base num ethos nacionalista ainda que funcionem de uma maneira equivalente, com as mesmas premissas e objetivos.

Kavita Dattani, professora na Universidade de Washington em Seattle, afirma que o sistema reencena tendências coloniais do passado por meio de novos atores e mecanismos. Ela estuda a relação entre o Estado indiano, entidades corporativas e as fintechs que trabalham para promover — e coagir — a população para uma financeirização digital obrigatória. Ela publicou sua pesquisa no periódico Journal of Cultural Economy, no artigo intitulado “Spectrally shape-shifting: biometrics, fintech and the corporate-state in India”.

 

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