O evento Rede das Redes | Fissuras e Bifurcações: semeando futuros tecnopolíticos aconteceu nos dias 13 e 14 de outubro, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, no Rio de Janeiro. O encontro reuniu mais de 50 pesquisadores e ativistas da América Latina para discutir e imaginar quais futuros tecnopolíticos são possíveis materializar diante de um cenário de multi-crises.
O encontro foi pensado e elaborado pela Rede LAVITS e outras redes como Tierra Común, REDE – Rede de Pesquisa em Governança da Internet, Coalizão Direitos na Rede, Red Feminista de Investigación en Inteligencia Artificial América Latina y el Caribe (FAIR), Observatório Digital das Mulheres latino-americanas, Coalición Feminista y Descolonial por la Justicia Digital y Climática Pluriversidade Abya Yala, entre outras.
O evento, cuja proposta era ser uma “desconferência”, na qual a metodologia e objetivos são elaborados coletivamente, transcorreu conforme o previsto, com a colaboração e desejo de compartilhamento de todos os presentes.

Na manhã do dia 13, houve uma dinâmica de “quebra-gelo”, conduzida por Paola Ricaurte (Universidad de Monterrey/Tierra Común), na qual foi tecida uma grande rede de lã, já mostrando o tom do que iria acontecer ao longo do dia.
Depois, os/as participantes se reuniram em pequenos grupos para definir quais temas/iniciativas seriam aprofundados na parte da tarde. Nesta rodada, surgiram eixos prioritários.
- Autonomia, comunalidade e soberania digital
- Imaginários e futuros decoloniais
- Pedagogias, epistemológicas e educação crítica
- Materialidades, extrativismos e regeneração
- “Fazer com”: resistências do território
À tarde, a metodologia do world café, comumente utilizada para realizar debates simultâneos, foi a escolhida para que os cinco eixos pudessem ser debatido. Nestas mesas sempre havia um mediador fixo que ficou responsável por acolher as propostas e sistematizá-las, para que estas fossem apresentadas durante uma plenária.
A plenária foi conduzida por Henrique Parra (UNIFESP/LAVITS) e Léo Foletto (ECA-USP/Baixa Cultura) para apresentar os encaminhamentos dos debates e discutir os próximos passos. Durante o encerramento das atividades, no final da tarde, os presentes demonstraram muita empolgação em fazer parte de um evento pensado e conduzido pelo coletivo, com foco no compartilhamento e elaboração de novos imaginários.
Rodrigo Firmino (PUCPR/LAVITS) disse que “nunca vi tanta gente de tantas redes assim juntas para pensar o futuro coletivamente. Estou muito feliz com esta iniciativa e que essa tenha sido só a primeira Rede das Redes, que a gente consiga manter esta rede ativa”, comemorou.
Já Alejandra Josiowicz (UERJ) afirmou que o encontro “foi muito enriquecedor, instigante, saímos cheios e cheias de novas ideias e redes para continuar tecendo. Acho importantíssimo continuar com essa energia”.
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O segundo dia de evento também não ficou para trás. A proposta de realizar as discussões de modo modo descentralizado, os eventos aconteceram simultaneamente no Fórum de Ciência e Cultura, UERJ e Museu do Amanhã.
O Fórum de Ciência e Cultura acolheu três workshops:
- Workshop “Ruptures in Algorithmic Surveillance: How to Resist?”, com a participação de Debora Pio (MediaLab.UFRJ/Lavits), Thais Cruz (O Panóptico), Kainen Bell (Illinois University) e mediação de Pablo Nunes (Panóptico); além de Rodrigo Firmino (PUCPR/Lavits), Gilberto Vieira (data_labe) e ROberta Medina (LasinTec)
- Workshop “Tecnoceno e Lutas Terranas: convergências entre conflitos tecnopolíticos e socioambientais”, apresentada por Henrique Parra (Unifesp/Lavits)
- Vivência “Designing Ocean Futures Literacies: Reimagining shoreline cleanups as tools for ‘amphibious thinking”, capitaneado por Katherine Reilly (SFU)
E os outros encontros foram a “2ª edição do Simpósio sobre Governança Crítica da Internet”, no Museu do Amanhã; e “Encontro da Rede de Inteligência Artificial Feminista: Confluências Tecnofeministas Para Futuros Possíveis”, na UERJ.
Os próximos passos são um novo encontro (online) em novembro para avaliar o evento e pensar nos encaminhamentos possíveis para os debates que foram construídos ao longo do Rede das Redes. Mas, pelo visto, a tendência é que vire uma agenda latinoamericana anual!


