Colonialismo de dados e apropriação das tecnologias digitais: articulações e propostas a partir de uma perspectiva feminista

Graciela Natansohn publicou em conjunto com Susana Morales e Sergio Rodrigo da Silva Ferreira o artigo ‘Colonialismo de dados e apropriação das tecnologias digitais: articulações e propostas a partir de uma perspectiva feminista’. O texto faz parte do volume 24, número 3, Setembro/Dezembro 2022, da Revista Fronteiras dedicado ao Dossiê Comunicação na Era da Inteligência Artificial: da ideologia neoliberal ao colonialismo de dados, que teve como editores convidados Claudia Nociolini Rebechi (Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR), Nick Couldry (London School of Economics and Political Science – LSE) e Roseli Fígaro (Universidade de São Paulo – USP).

O artigo completo pode ser acessado aqui. Abaixo o resumo.

Resumo

Ao longo deste artigo propomos abordar um conjunto de noções articuladas aos conceitos colonialismo de dados, colonialidade digital e apropriação de tecnologias digitais a partir de abordagens feministas decoloniais. A posição a partir da qual nos propomos a oferecer esta abordagem conceitual e reflexiva é baseada em uma visão dialética sócio-histórica, que nos convida a pensar nas articulações entre os processos de apropriação (a partir de uma multidimensionalidade das nuances que os condicionamentos de gênero e raça imprimem neles) e as contribuições que as teorias decoloniais têm desenvolvido até agora. Interessa-nos refletir sobre a apropriação das tecnologias digitais e como ela está ligada à ideia do colonialismo de dados. O conceito de colonialismo de dados serve como uma ferramenta crítica para concebermos as apropriações de nossas vidas convertidas em dados e, por conseguinte, mercadorias por empresas transnacionais de comunicação e tecnologia da informação. Também procuramos pensar os processos de apropriação de tecnologias que incluem uma ampla gama de práticas de resistência e produtividade pelas organizações feministas, mas que se deparam com elementos estruturais que aninham a crueldade e a violência contra corpos femininos e feminizados, racializados, não heterossexuados, nem cisnormatizados.

Palavras-chave: apropriação; colonialismo de dados; feminismos.

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