Henrique Parra/Pimentalab na Reunião Conjunta ESOCITE/4S 2022 em Cholula, México

Durante os dia 07 e 10 de dezembro, Henrique Parra participa da Reunião Conjunta ESOCITE/4S 2022 em Cholula, México, representando o Pimentalab no encontro. Parra participa no dia 08.12 do painel ‘Emancipatory Technopolitics: community practices, alternative infrastructures, and emergent solidarities’, com o trabalho ‘From Technopolitics to Cosmotechnics Conflicts: Collective Struggles and Practices of Knowledge in Brazil / Da Tecnopolítica aos Conflitos Cosmotécnicos: lutas sociais e práticas de conhecimento’.

O evento é organizado pela Asociación Latinoamericana de Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnología, The Society for Social Studies of Science e pela Universidad Iberoamericana Puebla. Para mais informações do evento: https://www.4sonline.org/meeting/.

O resumo da apresentação em português:

Nos últimos anos, o Brasil vem testemunhando uma acelerada expansão autoritária que faz do país um laboratório de transformações geo-históricas. No Tecnoceno (Martins, 2018) a ordem técnica do mundo adquire uma força descomunal na confluência do capitalismo, da tecnociência, da financeirização, da militarização e do extrativismo ampliado. Diante da ascensão da monocultura tecnocientífica extrativista – plantationceno – interessa-nos investigar as lutas cosmotécnicas, expressões tecnopolíticas contracoloniais que podem evidenciar conflitualidades cosmopolíticas emergentes no Brasil. Nossa pesquisa busca criar conexões entre experiências tecnoativistas que infraestruturam outras formas de vida, inspiradas por outras racionalidades e cosmovisões. Como tecer os fios de uma trama tecnopolítica da coexistência, da interdependência e da produção do Comum? A tecnologia moderna é constituinte de formas específicas de conhecimento e racionalidade (HUI, 2020). Nesse sentido, iniciativas tecnopolíticas contra-hegemônicas estão em conflito com as epistemologias dominantes, abrindo um campo de experimentações cosmotécnicas. Quais os desenhos possíveis de outros modos de conhecer e suas tecnologias que possam apontar para rotas de fuga do Antropoceno e das formas renovadas de dominação e extração? Ao descrever lutas sociais e experimentações tecnológicas que tensionam o regime de verdade cibernética e que inscrevem outro valores e cosmovisões em suas práticas técnicas, desejamos caracterizar a tecnodiversidade reivindicada por esses coletivos. A criação e sustentação de cosmotécnicas contra-hegemônicas depende da existência de formas de vida dissidentes aos dispositivos de codificação-extração digital cibernéticos. Trata-se, portanto, de refletir sobre práticas tecnológicas entramadas em conflitualidades cosmotécnicas que enunciam a emergência de outras formas da política, atores e institucionalidades.

 

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