Proposição e seleção dos protótipos – Laboratório do Comum Campos Elíseos

 

Texto originalmente publicado no site do Pimentalab

 

No sábado passado (02/11) nos reorganizarmos em torno da criação de protótipos, formando 3 sub-grupos.

O processo ainda é bem inicial e dá tempo de todxs subirem a bordo. Consideramos, todavia, que é importante manter o grupão caminhando junto, então, essas 3 linhas de trabalho seguirão perguntas/problemas comuns e teremos um mesmo espaço de práticas e encontros para o desenvolvimento dos protótipos nos próximos encontros.

Criamos um canal de comunicação para cada protótipo. Estamos usando o Riot para a troca mais ágil.

*Cozinha Lab Tático

*Midias Lab Móvel Lab

*Cartografias do Comum

Sobre os Protótipos:

É muito importante não perder de vista que os protótipos devem funcionar como dispositivos de pesquisa coletiva sobre o Comum. Ou seja, a construção do protótipo não é o objetivo em si, ele não é apenas uma intervenção-instalação mas um modo de ação que nos obriga a pensar-fazer-juntos, que dispare possibilidades de conhecimento e experimentação entre todxs.

Mais importante do que o artefato/arranjo (Cozinha, Midia-Móvel, Cartografia) a ser construído é o processo de investigação que ele dispara [veja o post anterior]. Para isso, é importante que a gente decida um mesmo “problema”, um mesmo fio condutor que possa entrelaçar os três protótipos, que possa criar uma conversa entre eles.

Imaginamos uma ação em três dimensões não lineares: 1. Conhecer melhor um problema relacionado ao Comum; 2. Reconhecer e mapear as potências de criação e produção do Comum já existentes: conhecimentos/saberes; práticas; espaços, pessoas; 3. Imaginar/prototipar modos de promoção/fortalecimento das potências identificadas.

Em suma, cada fazer-protótipo deve se concentrar em algum aspecto do Comum: investigar, visibilizar, produzir, cuidar, relacionar. Neste fazer-protótipo nossa ação pode contribuir para dar consistência ao Comum (invisibilizado, negligenciado, ameaçado), atuar no sentido de produzi-lo e potencializa-lo ou mesmo convocar uma ação de inteligência coletiva que possa pensar sobre ele de modo implicado.

Uma ação importante neste percurso é a documentação, o quê registramos e como documentamos nosso percurso de investigação e de aprendizado. Cada grupo deve construir sua forma de documentação e distribuir as responsabilidades entre os participantes, de maneira a evitar o desperdício da experiência. Há momentos importantes de discussão, lampejos, emoções, erros, pontos de inflexão, além dos resultados e conclusões que frequentemente pacificam e neutralizam a riqueza do percurso de aprendizado.

Agora que temos uma idéia dos protótipos a serem construídos, devemos conhecer melhor o Comum que ele promove e defende. Perguntamos também de que maneira o protótipo pode contribuir para infraestruturar alguma dimensão da produção do Comum. Por exemplo: a Cozinha-Lab-Tático ao mesmo tempo que é um laboratório de cuidados, experimentações do corpo, de relações e que promove a saúde coletiva, é também um dispositivo que investiga e propõe um arranjo sociotécnico que pensa a produção de alimentos/poções/experimentos sensíveis como parte de uma infraestrutura de uma comunidade entre produtores-usuários; o Lab-Mídias-Móvel ao mesmo tempo que é um laboratório de comunicação compartilhada, é também um arranjo sociotécnico que investiga e atua sobre o Comum (memória, cultura, conhecimento). Neste percurso, o desenvolvimento e a experimentação dos três protótipos deverão criar um diálogo implicado.

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