Confira a resenha de Alana Moraes para o livro ‘Do transe à vertigem: ensaios sobre bolsonarismo e um mundo em transição’, escrito pelo filósofo Rodrigo Nunes e lançado pela Editora Ubu. Procurando escapar de uma “sociologia do bolsonarismo”, Moraes busca reabrir a pergunta que considera fundamental para o próximo ciclo: como retomar o movimento?
“O livro nos oferece um fôlego fundamental para pensar a tensão entre as forças de uma nova reacomodação da ordem(lulismo); as forças expansivas de administração resignada/autoritária da insatisfação(bolsonarismo) e, por fim, nos desafia a pensar outra vez sobre as forças da revolta. Uma das hipóteses mais interessantes do livro é que a esquerda vive hoje uma crise de presença; uma obstrução sensível que nos impossibilita ver e sentir o mundo. Abrir os olhos e ouvidos para o presente, diz Rodrigo, é ter a coragem de reconhecer os limites das ‘soluções realistas’ de 20 atrás e assim interromper a caixa de ressonância de dogmas confortáveis que se dirigem a uma realidade que já não existe mais, a um “centro” que há tempos foi esvaziado por um novo diagrama de conflitualidades. Para além dos novos e tristes consensos nacional-desenvolvimentistas é preciso retomar uma perspectiva de transformação que habite o terreno da vida, lá onde encontramos os desejos de dissidências e inéditas cumplicidades. Como dizia Diane Di Prima, a mais beatnik dos beatnik: aprender a atuar como minhocas escavando sob esta estrutura prestes a cair”, destaca Moraes.
Para ler a resenha completa :https://diplomatique.org.br/transe-e-vertigem-sair-de-si-para-retomar-o-movimento/.
