O avanço do Capitalismo de Vigilância nas instituições públicas de ensino superior da América do Sul, com Leonardo Cruz

Em entrevista para a Lavits, o professor e pesquisador Leornardo Cruz (UFPA) analisa o avanço das big techs, em especial o Google e a Microsoft, no âmbito das instituições públicas de ensino superior na América do Sul. Um dos coordenadores do Educação Vigiada e da pesquisa “Mapeando o avanço do Capitalismo de Vigilância nas instituições públicas de ensino superior da América do Sul”, Cruz nos conta do surgimento do projeto, detalha a metodologia e os achados da investigação, aponta os interesses de grandes corporações de tecnologia nos dados de ensino e de pesquisa do continente e alerta para as causas e para os perigos da transferência de informações do campo educacional público para empresas privadas internacionais.

A questão do financiamento, ou melhor, da falta de investimento nas universidades é o maior impulsionador da plataformização privada da educação. No Brasil, ao menos, é o maior incentivo. As universidades não têm como manter os seus parques tecnológicos. Temos um histórico de cortes no orçamento da educação, contingenciamentos, teto de gastos, etc. Tudo isso tem um impacto direto nas condições das universidades conseguirem manter os parques tecnológicos delas”, afirma Cruz. Confira abaixo a entrevista completa.

 

Lavits: Como surge o projeto e a Educação Vigiada?

Leonardo Cruz: O projeto surge de uma iniciativa que reuniu inicialmente eu, o Tel Amiel (Iniciativa Educação Aberta – UnB), o Filipe Saraiva (Centro de Competência em Software Livre – UFPA) e a Priscila Gonsales (EducaDigital). Desde 2016, eu já pesquisava as relações entre a Google e as universidades públicas na minha pesquisa de pós-doc no LabJor (Unicamp) com a orientação do Rafael Evangelista (LAVITS) e da Marta Kanashiro (LAVITS). Próximo ao LabJor, estava o Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED/Unicamp), o centro de produção de tecnologias educacionais da Unicamp e local em que o Tel Amiel trabalhava. A relação entre as big techs e as universidades também começou a interessar ao Tel porque envolvia diretamente o trabalho dele. Mais especificamente, ele começou a observar que o investimento crescente nas ferramentas da Google estava relacionado a um investimento cada vez menor no trabalho que eles realizavam no centro. Eles (no centro) começaram a não ter dinheiro para estagiários, não ter dinheiro para bolsistas, e assim por diante. Então, nós já nos conhecíamos de lá e estávamos pesquisando o tema, porém de forma independente. 

Quando eu vim para a UFPA, eu conheci o Filipe Saraiva. E conheci o Filipe através das redes do Grupo de Pesquisa Informação, Comunicação, Tecnologia e Sociedade (ICTS) do LabJor. O Filipe Saraiva já estava na UFPA há um ano e meio, na Faculdade de Computação e na organização do Centro de Competência em Software Livre e nós sempre conversávamos sobre o assunto. Ele, então, começou também a se interessar mais pelo tema, especialmente após a Google fazer uma parceria com a UFPA, algo que impactava diretamente nos trabalhos dele, na relação entre software e política, principalmente no âmbito do software livre. Nisso, eu comecei a entrar em contato mais frequente com o Tel para ver se conseguíamos pesquisar o assunto de uma forma mais robusta e sistematizada. 

Logo de cara, o problema que nós encontramos foi a falta de informação. É difícil pesquisar isso porque a gente não sabe quantas universidades fecharam acordos. Ou seja, a dificuldade era saber como poderíamos ter acesso a estes dados. A gente começou, cada um no seu canto, a ver como poderíamos descobrir isso. Em janeiro de 2018, eu participei de uma oficina de rede mesh, em Monteiro Lobato (SP), organizada pela Coolab e pelo departamento de humanidades do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e lá eles estavam tentando descobrir quais eram as redes próximas deles. Na ocasião, eles utilizavam um comand host do linux que dá pra descobrir onde é o servidor mx de um endereço de email. Conversando com o Filipe eu mostrei que existia o comando que dava pra descobrir onde está alocado o servidor de email de cada endereço de email. 

 

Lavits: O comando seria, portanto, uma ferramenta metodológica para se descobrir os servidores dos emails das universidades? 

Leonardo Cruz: Sim. Através dele, iríamos conseguir descobrir os servidores de cada email. Logo, pensamos em fazer um script para automatizar isso. Porque o que eu vinha fazendo antes era chegar aos e-mails um por um. Peguei a lista de todas as universidades e ia checando os emails de cada universidade um por um e fazia uma tabela. E isso dava muito trabalho. Pensei que se a gente tivesse um script dava para fazer isso com grandes quantidades de email. Conversei com o Filipe e ele falou que dava para fazer o script no Python. Ele, então, fez a primeira versão, mandou pra mim e ficamos testando. Até que conversei com o Tel e disse a ele que a gente conseguiu fazer um software que nos informava os dados que a Google não estava fornecendo, que a gente não conseguia e não tinha como conseguir através dela. Só que novamente, isso é algo bem trabalhoso. Com o Tel, então, nós escrevemos um artigo para o Simpósio da Lavits em 2019. No artigo, detalhamos a metodologia, mostrando que era possível descobrir os dados e que estes dados podem ajudar a entender qual a atuação do capitalismo de vigilância no Brasil. 

Publicamos o artigo com o objetivo inicial de divulgar a metodologia, para outras pessoas testarem e aprimorarem, como uma forma de divulgação científica mesmo. Quando a gente consolidou isso, pensamos em buscar um financiamento para ter bolsistas para trabalhar integralmente no projeto, porque nós sozinhos não iríamos dar conta. 

Aplicamos, então, para o Fundo Emergencial da Derechos Digitales. Fizemos o projeto,  chamando-o de Educação Vigiada. Com o apoio, mapeamos todas as instituições públicas federais e estaduais e fizemos um evento para divulgar os dados. Na verdade, publicar esses dados e a metodologia, de forma que eles possam servir como base para outras pesquisas é o grande objetivo do que estamos fazendo. A análise desses dados nós fazemos em âmbito de pesquisa individuais. Mas a gente divulga os dados e a metodologia para que outras pessoas utilizem e, assim, termos mais informações para pesquisar. 

Começamos a sistematizar melhor e chamamos a Priscila Gonzales para organizar o projeto. Conseguimos deixar o script redondo, mapear e fazer o site do Brasil, com as informações das instituições brasileiras. O lançamento do site, inclusive, foi no dia 09 de março de 2020, no começo da pandemia. Nisso, ficamos com aquilo um pouco represado, porque tínhamos potência de conseguir mais dados, mas não tínhamos financiamento para recursos materiais e humanos. Aí surgiu a oportunidade junto com a Lavits. O apoio da Lavits foi o que nos permitiu expandir nossas bases de dados e formar uma rede com grupos de pesquisa de outros países da América do Sul. De modo que os dados e a metodologia não sejam relevantes apenas para investigadores brasileiros, mas para outras pesquisadoras e pesquisadores.

 

Lavits: E como essa rede na América do Sul foi formada? 

Leonardo Cruz: O Tel Amiel já tinha uma rede na América do Sul a partir do projeto Educação Aberta. Eles estão fazendo um mapeamento de iniciativas de educação aberta na região e já tinham alguns contatos. Fizemos um primeiro contato com as pesquisadoras do Uruguai e da Colômbia. E a partir da rede da Lavits, a Jamila Venturini indicou a pesquisadora da Bolívia. Tivemos inicialmente dificuldades por causa da pandemia. Depois de um mês mais ou menos, conseguimos fazer um encontro com todo mundo e foi formada a rede. 

A rede do projeto Educação Vigiada, então, é formada por mim, Tel Amiel, Filipe Saraiva, Priscila Gonsales, Nathalia Eloisa Larrea Montaño (Bolívia), Dariana Astrid Salas Luna (Colômbia), Sebastián Andrés Zapateiro Núñez (Colômbia), María Viola Deambrosis (Uruguai), André Castanheira Oddone (Brasil) e Cássio Gomes do Nascimento (Brasil). Tivemos uma série de encontros, reuniões, para explicar o projeto para as pessoas. Muita gente não estava íntima do assunto e começou a entender até pelo diagnóstico dos problemas. Isso porque está bem avançada a plataformização da educação na América do Sul, especialmente através da Google.

 

Lavits: Esse avanço foi um dos resultados que vocês encontraram?

Leonardo Cruz: Sim. Com exceção do Uruguai, da Argentina e da Venezuela. Uruguai e Argentina, em especial, conseguem ainda proteger os servidores próprios das suas instituições de ensino superior. O Uruguai tem 18% de servidores da Google e o restante são servidores próprios. Na verdade, o país foge ao padrão. Porque a partir desses números temos uma escalada até chegar na situação do Equador que não tem nenhuma universidade com servidor próprio. No Peru, dos 62 servidores que existem, apenas dois são próprios. A Colômbia também tem apenas quatro servidores próprios. O padrão é esse. 

A partir desse diagnóstico, temos que entender o porquê. O que há no Uruguai que permite que eles consigam manter servidores próprios nas universidades? Nós temos que pensar em algumas questões: como é em termos de legislação a relação entre as empresas de dados e as instituições públicas nos diferentes países? Há uma regulação maior, como havia no Brasil até 2018? É preciso pensar também em relação ao financiamento das universidades. A meu ver, a questão do financiamento, ou melhor, da falta de investimento nas universidades é o maior impulsionador, o que mais dispara, impulsiona a plataformização privada da educação. No Brasil, ao menos, é o maior incentivo. Falo isso porque as universidades não têm como manter os seus parques tecnológicos. Temos um histórico de cortes no orçamento da educação, contingenciamentos, teto de gastos, o projeto Future-se, etc. Tudo isso tem um impacto direto nas condições das universidades conseguirem manter os parques tecnológicos delas. 

 

Lavits: Em relação à pandemia, imagina-se que o uso de plataformas educacionais de grandes empresas de tecnologia tenha aumentado. A pesquisa conseguiu mapear um avanço neste sentido antes e depois da pandemia? 

Leonardo Cruz: No Brasil, sim. Na verdade, existem muitas tendências que confluíram nos últimos anos e que não dá para afirmar com certeza se é em razão da pandemia ou não. Em alguns setores como as universidades estaduais, por exemplo, esse cenário já estava muito avançado antes da pandemia, com cerca de 80% dessas instituições com acordos com a Google e a Microsoft. As universidades federais, não. Isso porque as universidades federais não podiam fazer nenhum acordo, por lei, até 2018. Existia um decreto do Governo Dilma que impedia que instituições federais armazenassem suas informações em nuvem de empresas privadas. No fim de 2018, em 26 de dezembro, o Governo Temer derrubou este decreto. Aí as universidades começaram a ir atrás da Google. Isso aconteceu, por exemplo, na Universidade Federal do Pará. Porque eles estavam precisando de espaço em servidor. Então, em 2019 e 2020, a gente vê um grande salto. Os acordos entre as big techs e as universidades saltaram de 11% no começo de 2019 para 74% agora. Ou seja, quando chegou a pandemia, já havia alguns acordos feitos e uma lógica de parceria com estas empresas. Agora, claro que há um crescimento. Em novembro de 2020, quando eu escrevi um artigo com a Jamila Venturini, a gente notou um aumento de 15% de março até outubro de 2020. 

 

Lavits: Por que essas empresas têm o interesse em ofertar o serviço e estar presente na educação pública?

Leonardo Cruz: Existem vários interesses. A primeira fonte de interesse são os dados. E não necessariamente os dados explícitos, as informações que colocamos lá. Mas você tem um modelo de negócios que se valoriza através da coleta de dados sobre a utilização das próprias ferramentas. E faz isso ocupando um espaço que antes não era mediado por nenhuma ferramenta digital. A sala de aula, por exemplo, não tinha uma captura de dados. Era um tempo, 4 horas por dia, em que a sociabilidade era realizada fora dessa dinâmica de coleta e captura de dados. Agora, a gente tem esse mesmo tempo sendo realizado dentro de uma estrutura de captura de dados. Então, lá você tem as pessoas, o lugar onde você está, as pessoas com quem você conversa, os assuntos que você conversa, quem são seus grupos de amigos dentro da universidade, quem são seus professores, quanto tempo você se encontra com essas pessoas durante o dia. Tudo isso fornece informações que são associadas com a quantidade imensa de dados já capturados de outros ambientes e dispositivos, servindo também no cruzamento para produção de perfilização e para inferir comportamentos, comportamentos futuros tanto na rede quanto na vida. 

Outra tendência, muito perigosa, é a tendência de transferência de dinheiro público para essas empresas privadas. Porque a Google ofereceu tudo isso de graça para as universidades. Mas você tem 75% das universidades que já fizeram acordo com a Google e, mais ainda, não tem mais servidores próprios. A Unicamp, por exemplo, transferiu todas as mensagens para os servidores da Google. E, nos contratos, a Google não tem obrigação nenhuma de manter a gratuidade dos seus serviços. Na verdade, ela não tem obrigação de nada, nem de manter os seus serviços. Se ela amanhã disser que não quer mais oferecer estes serviços, ela não oferece. E a empresa já está começando a cobrar por alguns serviços. Começou a cobrar por certas estruturas do Google Meet, agora tá começando a cobrar por quantidade de tamanho de servidores. O Google Drive, por exemplo, não é mais ilimitado, vai começar a ser limitado. Então, é de se imaginar que ela vai começar a cobrar por essa estrutura. No cenário de agora, que a Google já tem um controle muito grande dessa estrutura, as universidades não terão mais condição de voltar atrás e vão ter que começar a pagar, caso a Google volte atrás desse fornecimento gratuito. E principalmente agora, nesse momento de pandemia, que as universidades dependem do funcionamento dessa empresa. A gente chegou numa situação que é surreal. O serviço público só vai funcionar dependendo desta empresa. E de apenas uma empresa. Se algo acontece com o Google Meet, metade das universidades não vão conseguir dar aula. 

Estamos perto dessa situação: o dinheiro que poderia servir para aumentar a autonomia informacional das universidades, vai começar a ser usado para pagar os serviços que a Google está oferecendo. Podendo, assim, no futuro, se configurar em uma transferência de dinheiro público diretamente para essas empresas, pagando serviços que eram gratuitos anteriormente. 

Há também uma questão que é muito mais difícil de demonstrar, mas que há indícios principalmente após os vazamentos do Snowden. Descobrimos que é possível que departamentos e órgãos públicos dos Estados Unidos – e não só aqueles de segurança e de defesa – podem acessar o banco de dados das empresas do capitalismo de vigilância. A gente começa a pensar como isso é estratégico em relação à produção científica e tecnológica dos países onde esses dados e essas empresas estão. Então, aí há a questão da falta de privacidade em relação às nossas comunicações de pesquisas e como isso pode ser usado para fortalecer as instituições de pesquisa dos EUA. A gente já sabe, por exemplo, que comunicações do governo foram, em 2013, vigiadas em favor de tomada de decisão da Câmara de Comércio dos EUA em acordos internacionais. Não dá para atestar que isso ocorre, mas as condições de possibilidade estão dadas. Porque a gente não tem mais controle dos dados que a gente produz. Não há controle nenhum. Não tem como dizer que não há acesso a esses dados 

 

Lavits: No campo dos estudos de vigilância, um dos grandes inimigos é uma sensação de praticidade e comodidade. No caso da adoção dessas plataformas privadas durante a pandemia, o que se viu foi muitos gestores tendo que se adaptar rapidamente na transformação para o ensino remoto e havia essa alternativa rápida e prática disponível. Há assim uma comodidade e praticidade que é experimentada na hora, enquanto os efeitos e problemas da vigilância e da coleta de dados não são percebidos e experimentados na hora. Como escapar da armadilha da praticidade? 

Leonardo Cruz: Mais que a praticidade, a grande vantagem da Google e o filão que a empresa consegue ter o controle do mercado é na área de armazenamento, dos servidores de armazenamento. Existem ferramentas tão práticas como as ferramentas da Google. Porém, não temos um investimento em datacenter, e esse é o grande gargalo. Por exemplo, há as ferramentas da Nextcloud, do Moodle, etc, que são muito úteis e não são difíceis de usar, mas para se usar essas ferramentas tem que se investir em servidores, instalar elas em servidores. E é isso que a gente não tem. E é justamente o que a Google está oferecendo às instituições públicas. 

Por exemplo, a UFPA oferecia um email de 2 giga para os professores. Só oferecendo emails de 2 GB, a Universidade estava com 95% do datacenter deles cheio esem dinheiro. A CETIC da UFPA de Belém já começou o ano sem orçamento. Não tem dinheiro para consertar um computador. Aí vem a Google e oferece emails ilimitados para todos os professores, para todos os funcionários e para todos os alunos. Não tem nem como a gente cogitar oferecer uma coisa dessas. Não tem dinheiro. 

O que a gente precisa ter é uma visão mais cuidadosa sobre o que está trafegando nessas redes, ter um cuidado de pensar estrategicamente isso e oferecer um serviço público de armazenamento para as universidades públicas. Ao meu ver, a única solução que pode ser feita frente a esse domínio é ter consciência de que a gente está passando por um problema de segurança nacional. Ou seja, uma organização estrangeira tem possível acesso à nossa produção científica e tecnológica, potencial acesso às comunicações de pesquisa e aos resultados de pesquisa. E isso é algo que devemos proteger, pois essa situação se relaciona com competitividade no mercado internacional. Só que estamos com um governo que não está nem aí pra isso, não se importa. 

O ideal seria que tivéssemos investimento em datacenters, com uma governança aberta e fortalecendo as universidades e os alunos das universidades. Porque uma das grandes desvantagens, um dos grandes perigos de toda essa centralidade e controle da Google é que a gente não está produzindo alternativas a isso. Eu digo em relação aos alunos mesmo. É uma oportunidade de trabalho para alunos de ciência da computação, algo que o Filipe Saraiva fala bastante. Ou seja, é um emprego, uma função que deixou de ser exercida pela universidade, logo deixou de ter uma vaga de emprego para um aluno para, por exemplo, gestão e otimização de emails. Ou para gestão e otimização de tecnologias educacionais. Isso deixou de ser interesse da universidade porque tem uma empresa que já faz isso. 

O Tel Amiel, o Nelson Pretto, o Miguel Sete Vieira, uma parte do nosso grupo, tem projetos visando isso. Conseguir máquinas, servidores e recursos materiais e físicos para, então, conseguir alunos que vão gerenciar um certo número de tecnologias para auxiliar algumas pesquisas, alguns professores e pesquisadores que precisam de mais segurança. E queremos que isso sirva como um modelo para algo maior, para a RNP, ou algum consórcio que consiga ver isso como um problema e pensar em soluções. 

 

Lavits: E quem tiver interesse em colaborar com o projeto, o que pode fazer?

Leonardo Cruz: A gente tem o site educacaovigiada.org.br. O site tem os resultados da nossa pesquisa no Brasil e a gente vai atualizar ele com os resultados da pesquisa da América do Sul. O script é feito em código aberto, então pode ser utilizado amplamente. Temos uma voluntária no México que se interessou pela pesquisa e se voluntariou a colher os dados do México com os nossos scripts. Ela entrou em contato conosco e estamos ajudando. Tem um local lá de contato no site. Então, quem tiver interesse em mapear algum lugar ou ajudar a gente com os dados é só entrar em contato com a gente. 

 

Lavits: E quais são os próximos passos do projeto?

Leonardo Cruz: Queremos mapear a América Latina toda. Depois, pensamos em conseguir os dados de algum país central do capitalismo. A gente já mapeou Portugal, mas queremos mapear ou os EUA ou Alemanha para tentar comparar a situação deles com a nossa. O objetivo é que a gente consiga mapear o mundo (risos).

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