‘O modelo do gancho e a formação de hábitos: tecnobehaviorismo, capitalismo de vigilância e economia da atenção’, de Anna Bentes

Publicado o artigo ‘O modelo do gancho e a formação de hábitos: tecnobehaviorismo, capitalismo de vigilância e economia da atenção’, de Anna Bentes.

Bentes analisa o modelo do gancho, guia prático de design comportamental para formar hábitos. O gancho é entendido como exemplo emblemático da tecnociência de referência behaviorista que visa a construção de interações humano-computador através de princípios de condicionamento.

Segundo Bentes, o tecnobehaviorismo oferece modelos teóricos e práticos ideais para atingir os objetivos econômicos das plataformas, visando o engajamento e articulando modos de automatizar a captura da atenção e o controle do comportamento, ao explorar vulnerabilidades humanas por mecanismos sutis de influência psicológica e um controle fino dos estímulos nas arquiteturas de escolha dos ambientes digitais.

O artigo faz parte do dossiê ‘Economía de la atención: datos, redes sociales y consumos digitales’ do Anuario Electrónico de Estudios en Comunicación Social ‘Disertaciones’. Acesse o artigo aqui.

 

RESUMO

Em um contexto sociotécnico marcado por uma intensa disputa pela atenção, plataformas digitais investem em estratégias de formação de hábitos, uma vez que isso garantiria o retorno automático dos usuários. Neste artigo, discutiremos as relações entre as engrenagens do capitalismo de vigilância e da economia da atenção a partir de uma análise metodologica do modelo do gancho, guia prático de design comportamental que combina mecanismos psicológicos e tecnológicos voltados para formar hábitos. O gancho é entendido como exemplo emblemático do que chamamos de tecnobehaviorismo para designar a tecnociência que atualiza referências ao pensamento behaviorista, visando a construção de interações humano-computador através de princípios de condicionamento.

Argumentaremos que, no elo indissociável entre capitalismo de vigilância e economia da atenção, o tecnobehaviorismo oferece modelos teóricos e práticos ideais para atingir os objetivos econômicos das plataformas digitais, visando o engajamento. Com um olhar crítico, concluímos que a formação tecnobehaviorista de hábito articula modos de automatizar a captura da atenção e o controle do comportamento, explorando vulnerabilidades humanas por mecanismos sutis de influência psicológica e um controle fino dos estímulos nas arquiteturas de escolha dos ambientes digitais.
Compartilhe